A Secretaria de
Estado da Saúde (SES) reuniu, nessa quarta-feira (1º), em João Pessoa,
representantes de hospitais e da Secretaria Municipal de Saúde para discutir o
atendimento de possíveis casos da varíola dos macacos. No encontro, de caráter
preventivo, foi proposta a instituição de uma rede integrada para lidar com os
pacientes que venham a surgir no estado. Por enquanto, a Paraíba não registra
diagnósticos positivos para a doença. Especialistas apontam que o uso de
máscaras reduz o risco de transmissão do vírus.
De acordo com a
secretária estadual de Saúde, Renata Nóbrega, a organização da rede de
atendimento visa garantir que a população tenha suporte qualificado, caso sejam
identificados pacientes na Paraíba.
“Estamos definindo as
unidades que serão referência para os possíveis casos e planejando a
qualificação do serviço para oferecer um atendimento eficiente à população.
Como a varíola humana foi erradicada, não existe vacina para a Monkeypox, mas
sabemos que é uma doença menos agressiva que a varíola que conhecemos e a
maioria dos casos é leve”, afirmou.
Estiveram na reunião
profissionais do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), de João Pessoa;
do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), de Campina Grande; e do
Complexo Hospitalar Dr. Clementino Fraga (CHCF), também localizado na Capital.
Segundo o
infectologista e diretor do CHCF, Fernando Chagas, as medidas de prevenção são
conhecidas da população que há dois anos convive com a pandemia da Covid-19.
“O uso de máscaras
para os pacientes com qualquer sintoma vai reduzir a contaminação no ambiente e
também a possibilidade de transmissão da doença, que se espalha por secreções
respiratórias, lesões de pele e fluídos corporais”.
Ele afirma que o
tratamento para possíveis casos da ‘varíola dos macacos’ deve ser domiciliar
para a maioria dos pacientes. “É necessário um isolamento por um período de 21
a 30 dias, dependendo dos sintomas, mas o histórico recente da doença se
apresenta com casos leves que podem ser conduzidos em casa, monitorados pelos
serviços de saúde”.
A doença
A Monkeypox — ou varíola
dos macacos, como ficou conhecida no Brasil — é uma zoonose viral (vírus
transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas semelhantes aos
observados no passado em pacientes com varíola, porém com uma apresentação
clínica de menor gravidade.
Os sintomas incluem
febre; dor de cabeça; dores musculares; dores nas costas; presença de nódulos
palpáveis no pescoço, virilha e/ou axila; calafrios; exaustão e erupções
cutâneas. As lesões geralmente se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham
para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais.
A transmissão entre
humanos é moderada e ocorre principalmente por meio de contato pessoal com
secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas, fluidos
corporais ou objetos recentemente contaminados. É possível ocorrer transmissão
entre parceiros sexuais, devido ao contato íntimo. A transmissão via gotículas
respiratórias exige contato mais próximo entre o paciente infectado e outras
pessoas. Indivíduos imunocomprometidos estão especialmente em risco de adquirir
a forma grave da doença.
Até o dia 31 de maio
de 2022, foram notificados casos da doença em 24 países, sendo o primeiro
reportado no dia 7 de maio pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido.
No Brasil, no mesmo período, foram reportados três casos suspeitos, sendo um no
Rio Grande do Sul, um em Santa Catarina e um no Ceará.