Se você não foi vítima, seguramente conhece alguém que já foi alvo de
algum golpe na internet. A conta de WhatsApp “clonada” e usada para um
criminoso pedir dinheiro aos contatos; dados pessoais roubados e utilizados
para compras online; um perfil falso de empresa oferecendo benefícios; uma pane
no computador após clicar em um link suspeito, entre outras armadilhas
frequentes do mundo virtual. Com a pandemia do coronavírus vieram as medidas de
isolamento social, o que fez com que o uso de serviços pela internet se
intensificasse. Com isso, aumentou também o campo de ação para os criminosos
cibernéticos. Neste sentido o titular da Delegacia de Defraudações, Gustavo
Carletto, destacou a dificuldade de se localizar os golpistas porque os crimes
são praticados de qualquer parte do mundo, e a maioria dos sites tem registro
fora do Brasil.
A empresa de cibersegurança Apura S/A divulgou em maio um levantamento
sobre a incidência de crimes virtuais ligados à pandemia no Brasil. Os números
impressionam: em menos de dois meses, sites suspeitos contendo as palavras
coronavírus e Covid no domínio cresceram 30.000%. No dia 18 de março, quando a
pandemia no país estava no início, foram contabilizados 2,2 mil sites dessa
natureza; no dia 27 de maio eles já somavam mais de 920 mil.
Diretor de operações da Apura Cyber, Mauricio Paranhos explica que a
utilização de assuntos em relevância é uma prática comum entre os criminosos
virtuais. “Nesse período de pandemia, eles exploram a fragilidade emocional das
pessoas para aplicar todo tipo de golpe”, afirma. O levantamento feito pela
empresa detectou dezenas de golpes, que incluem aplicativos falsos para
requerer o auxílio emergencial de R$ 600, links para promoções inexistentes,
roubo de dados via jogos online e até o uso de lives de artistas famosos para
campanhas enganosas de doação de dinheiro.
“Eles também utilizam redes de wi-fi, muitas vezes, de estabelecimentos
comerciais e isso dificulta ainda mais identificar o criminoso”, acrescentou.
Para se ter ideia, em 2019 o número de registros de incidentes reportados ao
Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil
(CERT.br) teve um aumento de quase 30% em relação ao ano anterior. Ainda não é
possível avaliar os números de 2020, mas um aspecto considerado positivo pelo
presidente da Associação Internacional de Combate ao Crime Cibernético, Arnaldo
Sobrinho, é a adoção de aulas on-line. Por outro lado, ele ressaltou a
tendência de aumento este ano, considerando o incremento no número de usuários
e a comparação da evolução de 2019 em relação ao ano anterior. A criação de
sites falsos e a disseminação de propaganda enganosa têm sido verificadas com
frequência”, disse o delegado Gustavo Carletto.
Fonte: pbagora
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