O
ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta segunda-feira que o relaxamento
das medidas de distanciamento social adotadas para diminuir o risco de contágio
pelo novo coronavírus deverá ocorrer de forma “progressiva, estruturada e
planejada”.
As
regras de isolamento foram um dos motivos de divergência entre Bolsonaro e o
ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo na semana
passada após semanas de desgaste. Segundo o último boletim da pasta, divulgado
nesta segunda, 40.581 pessoas no Brasil já pegaram a doença, que matou 2.575.
— A
gente está atuando em três braços que são fundamentais. Um: entender melhor a
doença, fazer o diagnóstico, entender a evolução. A segunda coisa: preparar a
infraestrutura para o tratamento para que, nesse tempo em que agente está
afastado, vai ser usado para melhorar, preparar para o cuidado. E o terceiro:
com essa preparação, desenhar esse programa de saída progressiva, estruturada e
planejada do distanciamento social — disse Teich em vídeo divulgado pela
assessoria de comunicação da pasta.
Bolsonaro
vem defendendo um relaxamento das restrições impostas por governadores e
prefeitos. Entre outras coisas, entendia que o isolamento deveria se limitar a
pessoas do grupo de risco, como idosos e quem tem outras doenças. Já Mandetta,
embora não endossasse todas as medidas dos gestores locais, era favorável a
limitações maiores do que aquelas defendidas pelo presidente. O ex-ministro
também dizia que prefeitos e governadores estavam em melhores condições do que
o Ministério da Saúde para avaliar o que deveria ser feito em seus municípios e
estados.
Na quarta-feira da semana passada, por unanimidade,
o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que governadores e prefeitos têm
poderes para baixar medidas restritivas no combate ao coronavírus em seus
territórios. Segundo os ministros, o governo federal pode coordenar as
diretrizes de isolamento a serem seguidas em todo o país, mas não tem poder
para retirar a autonomia dos estados e municípios na gestão local.
Teich disse que a previsão de compra de testes para o novo coronavírus
subiu de 24 milhões para 46 milhões, mas não deu prazos de entregas. E
esclareceu: testar em massa não quer dizer que todos os brasileiros vão ser
testados.
— Teste em massa não significa testar a população toda. A Coreia do Sul,
que é uma referência em testes, fez 10 mil testes por milhão de pessoas. Não
estamos falando em testar o país inteiro. A gente vai usar o teste de uma forma
em que as pessoas testadas vão refletir a população brasileira — disse o
ministro.
Teich também anunciou a compra de 3,3 mil respiradores, usados no
tratamento de pacientes graves, dos quais 1.150 vão ser entregues em maio e o
restante em até 90 dias. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, já foram
assinados contratos para a aquisição de 14,1 mil aparelhos. Em 8 de abril, o
Ministério da Saúde já havia prometido 14 mil respiradores em 90 dias.
(Foto: Jorge William / Agência O Globo)
Fonte: O Globo
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