Líderes do Centrão já procuraram
interlocutores de Alckmin para marcar um encontro com o governador após ele
voltar da viagem aos Estados Unidos. O objetivo é fazer um gesto para mostrar
ao tucano que o grupo está disposto a negociar com ele a sucessão na Câmara.
Embora tenha pouca influência sobre a bancada do PSDB, Alckmin tem uma boa
relação com vários deputados da bancada de São Paulo, a maior da Casa, com 70
deputados.
‘Rival’. O Centrão aposta que
Alckmin pode apoiar um candidato do grupo para rivalizar com Aécio, com quem
disputa internamente para ser o candidato do PSDB à Presidência da República em
2018. O senador tucano, que tem influência maior sobre a bancada da Câmara, já
negocia o lançamento de um candidato tucano ligado a ele ou apoio à reeleição
de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara.
Líderes do Centrão minimizam a
declaração de Alckmin, que, no último sábado, 5, defendeu publicamente a
reeleição de Maia como uma “solução natural” para Câmara. Para eles, o discurso
do governador não significa que ele não possa vir a apoiar um candidato do
grupo. Dizem que, para o tucano, o importante é não ter um presidente da Câmara
ligado ou com grande interlocução com Aécio. Lembram ainda que a eleição para
presidente da Câmara é secreta, o que faz com que Alckmin não precise declarar
apoio público.
Além de trazer votos, o apoio de
Alckmin ajuda o Centrão a enfraquecer a candidatura da antiga oposição (PSDB,
DEM, PPS e PSB), que poderá ser Maia, caso ele viabilize sua reeleição
juridicamente, ou algum deputado do PSDB. Para o grupo, a melhor hipótese seria
disputar com um tucano. Com um candidato do PSDB, por exemplo, o Centrão avalia
ter mais chances de obter o apoio da oposição, que hoje apoia Maia e reúne
cerca de cem votos.
Interlocutores de Alckmin na
Câmara afirmam que o governador não vai se furtar de conversar com deputados.
Oficialmente, Alckmin tem dito que não vai interferir na disputa interna da
Casa.
A eleição para a presidência da
Câmara está marcada para o início de fevereiro de 2017. No Centrão, os nomes
mais cotados são os dos líderes do PTB, Jovair Arantes (GO); do PSD, Rogério
Rosso (DF); e do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB). Do grupo da antiga oposição, têm
interesse na disputa o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), e o deputado
Carlos Sampaio (PSDB-SP), além de Maia.
Com Estadão