O Ministério Público Federal
(MPF) em Monteiro (PB) denunciou, nesta segunda-feira, 17 de outubro, no âmbito
da Operação Cardeiro, o ex-prefeito do Município de Princesa Isabel, no Sertão
paraibano, Thiago Pereira de Sousa Soares, além dos empresários Sérgio Ricardo
Ferreira Melo de Abrantes, Francisco Eduardo Lopes de Abrantes e Francisco
Antônio Fernandes de Sousa, e mais seis pessoas. São elas: Danubyo Wagner
Silvestre Monteiro e Ricardo Jorge Mendonça e Silva (engenheiros), Valmir
Pereira de Sousa (ex-secretário de Obras) e Erivonaldo Benedito Freire, Manoel
Francelino de Sousa Neto e Alexsandro Alves de Souza (ex-membros da Comissão
Permanente de Licitação – CPL de Princesa Isabel).
Os denunciados responderão
pelos crimes de fraudes em licitações (Thiago, Manoel, Erivonaldo, Alexandro,
Sérgio Ricardo e Francisco Antônio – 2 a 4 anos de detenção), peculato (Valmir,
Danubyo, Ricardo Jorge, Sérgio Ricardo e Francisco Eduardo – 2 a 12 anos de
reclusão) e organização criminosa (Thiago, Valmir, Manoel, Erivonaldo,
Alexandro, Danubyo Wagner, Ricardo Jorge, Sérgio Ricardo e Francisco Eduardo –
3 a 8 anos de reclusão).
Operação Cardeiro – Deflagrada
no dia 19 de julho deste ano, pelo Ministério Público Federal em Monteiro (PB),
Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU), a Operação Cardeiro
teve por objetivo desarticular quadrilha envolvida em desvio de recursos
públicos, fraudes em licitações e falsidade ideológica. O esquema era realizado
na Prefeitura Municipal de Princesa Isabel. Estima-se em cerca de R$ 1 milhão a
quantidade de verbas federais desviadas, oriundas do Ministério da Saúde. A
operação ocorreu nos estados da Paraíba e Pernambuco, nas cidades de João
Pessoa, Princesa Isabel (PB), Salgueiro e Pesqueira (PE).
Foram expedidos pela 11ª Vara
da Justiça Federal em Monteiro (PB) dois mandados de prisão preventiva, sete
mandados de condução coercitiva, 10 mandados de busca e apreensão, três
afastamentos cautelares de funções públicas dos membros da CPL, além de medidas
de sequestro de bens. Atualmente todos estão soltos.
A investigação – iniciada pelo
MPF em Monteiro em julho de 2014, a partir de denúncia da 11ª Gerência Regional
de Saúde em Princesa Isabel, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), e embasada
em relatórios de auditoria da CGU – constatou que a empresa Construarq
Empreendimentos e Construções LTDA ganhou duas licitações com suspeitas de
favorecimento, em virtude de relações de parentesco entre os proprietários da
empresa e o então secretário de Administração e ex-prefeito de Princesa Isabel,
Thiago Pereira de Sousa Soares, cassado pela Justiça Eleitoral em 2012.
Ao fiscalizar a construção de
quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) e um Centro Especializado em Reabilitação,
orçados em cerca de R$ 5 milhões, constatou-se o desvio de aproximadamente R$ 1
milhão.~
Com Cariri Ligado